2012

Profecias apocalípticas sobre 21 de dezembro de 2012 viram filme.

Grandes terremotos, uma alteração radical do clima, guerras maciças ou o impacto de um asteróide são tema de nova produção de Hollywood.

O dia 21 de dezembro de 2012 marca o fim de um ciclo segundo o antigo calendário maia, uma data profética que para os agoureiros do século 21, e para Hollywood, será o apocalipse.

A internet se tornou um ninho de teorias sobre o fim do mundo que giram ao redor desse dia, com sites como o 2012endofdays.org, o survive2012.com, ou o december212012.com, que pintam um cenário dantesco para a véspera do Natal de dentro de três anos.

Grandes terremotos, uma alteração radical do clima, guerras maciças ou o impacto de um asteróide, como o que causou a extinção dos dinossauros, são as causas mais populares que supostamente acabarão com a sociedade como a conhecemos.

Essas histórias motivaram a Columbia Pictures a realizar 2012, novo filme de catástrofes do diretor Roland Emmerich, diretor de O Dia Depois de Amanhã (2004) e Independence Day (1996). O filme estreará no dia 13 de novembro nos Estados Unidos e certamente levará as premonições às conversas cotidianas.

Em sua busca por chamar atenção para o tema e criar expectativas, o estúdio reuniu três especialistas nos "mistérios" que envolvem os últimos dias de 2012 na apresentação do filme à imprensa dos EUA, nos arredores do parque de Yellowstone, um dos locais que são destruídos no filme.

— Hollywood faz o que faz Hollywood: uma incrível obra prima visual. Mas minhas pesquisas apontam para que os maias tinham uma ideia muito diferente do que significa o final de um ciclo — explicou John Major Jenkins, autor de nove livros sobre o significado do calendário da cultura pré-colombiana.

— Em 2012 termina a chamada contagem longa dos maias, que completa um período de 5125 anos. Isso é algo real que pertence a sua tradição, é um fato, e eles acreditavam em que os finais de ciclos tinham a ver com transformação e renovação, não predisseram o fim do mundo — afirmou Jenkins.

O autor esclareceu que "um dos mal-entendidos que há é que 2012 significa o fim do calendário maia. Não é assim, muda-se de ciclo, mas o calendário continua".

Para Jenkins, o fator mais significativo da data é a capacidade dos astrônomos maias de antecipar uma estranha ativação galáctica, que, segundo seus dados, já está acontecendo, e o simbolismo do 21 de dezembro, o solstício de inverno (no hemisfério norte).

— Suas inscrições coincidem com a escalação do sol com a chamada rachadura escura da Via Láctea, um fenômeno que ocorre a cada 26 mil anos. Isto está documentado cientificamente — disse Jenkins.

O autor explicou que essa região da galáxia era concebida pelos maias como "uma portal ou lugar de nascimento, a rota para o 'inframundo'", embora a escalação seja um processo de anos que, segundo seus cálculos, se produz dentro de um marco de tempo que vai de 1980 até 2016.

— Como esse acontecimento se relaciona com fatos na sociedade, não sei, mas os rituais maias sempre tinham um ensino espiritual — declarou Jenkins, que sustenta essa tese em sua última obra The 2012 Story: The Myths, Fallacies and Truth Behind the Most Intriguing Date in History (A História sobre 2012: Mitos, Ilusões e Verdade por Trás da Data mais Intrigante da História, em tradução livre).

A mesma opinião é sustentada por Daniel Pinchbeck, jornalista e autor de 2012: The Return of Quetzalcoatl (2012: O Retorno do Quetzalcoatl, na tradução livre) e produtor do curta-metragem 2012: Time for Change.

— Não sabemos como 2012 será, mas em vez de olhar para o fim do mundo podemos vê-lo como uma oportunidade para evoluir e ser mais criativos, inteligentes como espécie e usar nossas tecnologias nessa direção. É tempo de transformação e purificação — comentou.

Mais fatalista foi Lawrence E. Joseph, autor de Apocalypse 2012: an Investigation into Civilization's End (Apocalipse 2012: uma Investigação sobre o Fim da Civilização, na tradução livre ), que cita estudos da National Academy of Science dos EUA e da Nasa (agência espacial americana) para prever o caos.

Joseph assegurou que entre o final de 2012 e início de 2013 a previsão é de que ocorra uma grande explosão solar que afetará a Terra e deixará parte da humanidade sem eletricidade durante anos. No entanto, "sobreviveremos", conclui o autor.

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