Com fim de embargo a voos, 5 aviões do Brasil chegam ao Haiti


A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou na manhã deste sábado que mais cinco aviões carregados com suprimentos chegaram ao Haiti após o terremoto que devastou a capital Porto Príncipe. Segundo a FAB, o embargo que impedia os voos de pousarem no país não está mais em vigor. Os aviões foram liberados na madrugada da sexta-feira.
O controle do tráfego aéreo do país está sendo feito pelos Estados Unidos desde o terremoto que atingiu o Haiti na última terça-feira.
Confundir controle de tráfego aéreo com embargo constitui um insulto à humanidade num momento como este.
A FAB informou ainda que, das cinco aeronaves, três estavam em Santo Domingo, na República Dominicana, e as outras três se encontravam em Boa Vista (RR). Elas levam hospitais de campanha, suprimentos, material de logística e médicos. A FAB disse ainda que as aeronaves já retornam ao Brasil.
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Até ontem à noite, alguns aviões brasileiros carregados de suprimentos estavam tendo dificuldades para pousar no aeroporto de Porto Príncipe, capital de Haiti. Para tentar resolver o problema, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ligou na sexta-feira para secretária de Estado americana, Hillary Clinton, para resolver o que chamou de "mal-entendido".
"Isso pode ser visto de forma natural porque há muitos voos de muitos países querendo pousar. É importante ter clareza de que estamos sendo tratados com a prioridade adequada", disse Amorim. Segundo ele, Hillary manifestou que o Brasil tem liderança neste processo e teria ficado de "tomar providências" para que fosse tratado como prioridade.
Terremoto
Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.
Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros 
A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.
O Brasil no Haiti
O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.
A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

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